Drama

A Desconhecida (2006)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

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Desde "Malena" (2000), Giuseppe Tornatore não fazia um filme novo. E sentimos sua falta, afinal ele é o mais bem sucedido diretor italiano de sua geração, com filmes como "A lenda do Pianista do Mar" e "Cinema Paradiso". Este seu novo trabalho foi indicado oficialmente pela Itália para o Oscar de filme estrangeiro e ganhou oito prêmios (cinco David de Donatello, dois em Moscou).

Foi escrito pelo próprio Tornatore e mantém seu altíssimo padrão de qualidade. Não faz lembrar nenhum outro filme recente e, se não chega a ser um grande trabalho, sem duvida mantém sua reputação intacta. A começar pela escolha de uma atriz intensa e diferente, não propriamente bonita, mas com grande presença, a russa Kseniya Rappoport, que interpreta o papel-título, Irene, a tal desconhecida que veio da Ucrânia, onde foi forçada a se prostituir forçada e submetida a maus tratos.

Alguns flashbacks revelam que ela teve um grande amor perdido, um passado tenebroso e agora está numa cidade italiana, Velarchi (locações em Trieste). Só aos poucos iremos descobrir que ela está pensando em alguma vingança. Aproxima-se de um casal que tem uma filha pequena e cria uma relação estranha com a menina. Não quero revelar qual é a trama que existe por trás de tudo que envolve o retorno de um algoz do passado (o ex-galã Michele Placido, que virou vilão com a cabeça raspada e gordo) e uma trama extremamente complicada. Que poderia ser melodramática, caso não fosse inédita e até surpreendente.

Tudo é salvo pela mise-em-scene impecável do diretor, que como sempre utilizada a trilha musical de Ennio Morricone (desta vez, mais esparsa que costume), uma narrativa envolvente e uma excelente protagonista. Um filme que prende a atenção do começo ao fim.