A Dupla Vida de Véronique (1991)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 4

O grande diretor polonês Kieslowski (1941-96) foi finalmente consagrado depois de ter feito para a televisão o famoso "Decálogo". Os franceses o convidaram para trabalhar e o resultado da co-produção foi este filme delicado e sensível, contado da maneira muito particular do cineasta (cuja morte prematura foi um terrível golpe).

Ele acreditava que era possível existir duplos, pessoas em lugares diferentes do mundo que são praticamente iguais. Ilustra sua tese com a história da mesma atriz (a francesa Irene, que voltaria com ele depois na "Trilogia das Cores", em papel para que ele queria Andie MacDowell) que interpreta uma francesa e uma polonesa (elas quase se cruzam quando estão na mesma praça).

Os primeiros 20 minutos do filme são uma obra-prima incontestável, mas infelizmente uma delas morre e a história fica andando em círculos, ainda que poeticamente. Mas ele era um grande cineasta e o filme vibra com sua paixão e talento.