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Ficha completa do filme

Aventura

A Espiã (2006)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3

Verhoeven foi um dos melhores diretores do mundo por volta dos anos 70 e 80, quando praticamente pôs o cinema holandês no mapa, com fitas como "Louca Paixão" (que revelou Rutger Hauer), "Soldado de Laranja", "Spetters" e "O Quarto Homem". Ambicioso, resolveu investir no cinema americano e desenvolveu obras de ação como o primeiro "Robocop", "O Vingador do Futuro" e o grande sucesso "Instinto Selvagem", grande êxito em 1992 responsável pela consagração de Sharon Stone.

Mas, de repente, deu uma reviravolta e começou a fazer besteiras, entre as quais as monumentais como "Showgirls" (1995), considerado um dos piores de todos os tempos, e "Tropas Estelares", e as medíocres como "O Homem sem Sombra" (2000). Parece que agora, finalmente, lhe caiu a ficha e ele resolveu voltar às origens e fazer um filme que poderia ser sua redenção.

Graças ao reencontro com o roteirista de seus melhores trabalhos, Gerard Soeteman, "A Espiã" é certamente uma melhoria diante dos desastres recentes, mas está bem distante do passado glorioso. É um thriller de Segunda Guerra Mundial, inspirado em fatos reais, com duas horas e meia de projeção que a gente não sente, graças à narrativa movimentada. Com discutível senso de humor, o filme se volta mais sobre a ação do que o suspense ou o lado humano.

No começo e no fim, vemos cenas num kibutz em que Rachel acidentalmente encontra a amiga Ronnie. Isso provoca o flash- back para o tempo da Guerra. A história central acontece em setembro de 1944, quando a judia Rachel está com uma família católica, escapa por pouco quando o barco onde está a família explode depois de um atentado da SS. Com o nome de Ellis, a protagonista consegue emprego numa fábrica alimentícia (dirigida pelo conhecido ator Derek De Lint), e cinco meses depois começa a ser mandada em missões secretas. É assim que se envolve com o chefe da Gestapo que acaba sendo até uma figura simpática. Mas isso é apenas o começo, muita coisa irá suceder dali em diante.

A atriz convence e a produção é suntuosa: a mais cara até hoje para a Holanda, ao custo de 22 milhões de dólares. Mas o filme não conseguiu ficar entre os finalistas de filme estrangeiro no Oscar de 2006. Talvez porque o diretor não é nada sutil. Tem cenas de nudez e até certa vulgaridade, marca de Verhoeven, que acha graça em pegar uma heroína judia e colocar num contexto de pornô-chanchada. Nem todos vão concordar com ele.

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