À Francesa (2003)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Teve críticas muito fracas, foi recusado por Cannes (mas passou em Veneza) e que teve seu lançamento atrasado porque fala da amizade entre franceses e americanos, o que obviamente não estava em seu auge naquele momento após 11 de setembro. Pretende ser uma semi-comédia, semi-romance, semi-drama.

Ivory acerta quando faz filmes de época como "Maurice", "Uma Janela para o Amor", e outros assim. Quando aborda assuntos contemporâneos é sempre desastroso. Aqui conta a história de uma jovem americana, a sempre encantadora Kate Hudson, que vai para Paris encontrar a irmã Naomi Watts que é casada com um pintor francês (feito por Mevil Poupaud, que esteve numa das Mostras Internacionais de São Paulo e se revelou um chato de galochas, aqui quase estraga o filme porque é jovem demais para Naomi e muito fraco como ator). O problema é que ela a largou mesmo estando grávida de um segundo filho. Kate não liga muito porque está de caso com um homem mais velho, casado e político (Thierry Lhermite) que por acaso também é tio de seu cunhado. E lhe dá uma bolsa apelidada de Kelly (como em Grace), vermelha, de crocodilo, da Hermes. A bolsa é a coisa mais engraçada da fita que tem ótimo elenco mas é muito esquisita.

Quase ninguém tem muito a fazer, Leslie Caron (a sogra chique de Naomi), Mathew Modine (como um maluco assassino que confunde a história), Jean Marc Barr (advogado), Stockard Channing (é a mãe), Sam Waterston (o pai), Glenn Close (como uma autora americana que mora em Paris), Stephen Fry trabalha na Christie's (porque grande parte do conflito bobo é em torno de um quadro antigo de família que entra em litígio no divórcio), Bebe Neuwirth (outra envolvida com o quadro). Ou seja, um roteiro ruim, mal dirigido, que joga fora Paris (que continua linda, mas mal aproveitada) e decepciona totalmente. Não perca tempo.