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Ficha completa do filme

Drama

A Luta pela Esperança (2005)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3

Curiosamente o público rejeitou este "A Luta pela Esperança", elogiado por muitos críticos e indicado a três Oscar 2006 (ator coadjuvante, Paul Giamatti, montagem e maquiagem). Faturou apenas US$ 61 milhões e custou US$ 90 milhões.

O motivo disso é simples: o filme é apenas razoável, nada excepcional, não merece nenhum prêmio. A culpa é do diretor Ron Howard, que, apesar do Oscar por "Uma Mente Brilhante", é um realizador medíocre, sem invenção, tímido, preguiçoso e que não se dá ao trabalho de inventar nem sequer uma maneira diferente de filmar uma luta de boxe.

Apesar de ser uma história real e de ter todos os elementos de um "Rocky", o filme não é especialmente emocionante. Não faz chorar nem aplaudir. Mas é um filme com tudo no lugar certo, em que pese a excelência do trabalho do ator Paul Giamatti, que faz o empresário do herói, numa performance mais completa e matizada do que a de "Sideways".

A pesar do inócuo título nacional, o filme conta a história de Jim Braddock (Russell Crowe), lenda do boxe americano, que, depois de ter tido uma boa carreira como peso-médio, entrou em decadência, perdeu tudo e trabalhou nas docas (quando muito) para sustentar seus três filhos pequenos na época da Grande Depressão.

Um dos problemas do filme é que o roteiro simples "pula" essa parte da decadência: uma hora ela está por cima, na outra passa fome. O retrato da depressão econômica também não é suficientemente enfatizado, e os problemas sociais e políticos também são tratados com superficialidade.

De qualquer forma, Braddock está na pior quando consegue milagrosamente, depois de até pedir esmola, uma segunda chance no ringue. Por isso, a mesma imprensa que o destruiu passa a criar um novo mito, o Cinderella Man, o sujeito que deu a volta por cima depois de passar fome. Ou seja, o lutador passa a ser modelo para os milhões de pessoas comuns que estavam na penúria como ele.

Uma grande barreira para não gostar do filme é a presença de Renée Zelwegger como a mulher do herói, uma escolha inadequada. Já Russell Crowe é mesmo um grande ator: ele emagreceu e compôs um tipo convincente, mas que nunca empolga. Talvez culpa do roteiro, talvez da direção que conta a história com fotografia muito escura e ângulos convencionais.

"A Luta pela Esperança" é um filme a que se pode assistir, mas não suporta comparações com outros grandes fitas sobre boxe.

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