A Maldição da Mosca (1965)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Terceiro e último filme da série, após o clássico "A Mosca da Cabeça Branca" ("The Fly", 1958) e sua seqüência inferior "O Monstro de Mil Olhos" ("Return of the Fly", 1959). Sem Vincent Price e realizado na Inglaterra, traz o veterano Brian Donlevy (1901-72) como o sucessor do cientista do filme original, que junto com seus dois filhos tenta obcecadamente desenvolver uma máquina de tele-transporte de matéria.

No primeiro filme, a tragédia ocorria devido à inesperada entrada de uma mosca na máquina, cujas moléculas se misturavam com as do cientista, criando um monstro. Aqui são problemas de funcionamento no aparelho que deformam e queimam as pessoas transportadas.

Também não há a honestidade científica do Delambre original, que sofria ele mesmo os efeitos do fracasso do experimento e se arrependia de tudo, mas uma amoralidade irresponsável (em nome de um abstrato bem maior) da família de cientistas, produzindo vítima após vítima.

Com orçamento de filme B parecia ser um projeto fadado ao ridículo das seqüências, mas na verdade é uma tolerável mistura de terror e ficção-científica, sombria e com clima, dirigida com habilidade (inclusive ao disfarçar a pobreza geral e as limitações da maquiagem) pelo australiano Don Sharp.

O oriental Burt Kwouk, que faz o auxiliar chinês dos cientistas, ficaria depois famoso como o mordomo do inspetor Closeau nas comédias da "Pantera Cor-de-rosa".