A Maldição dos Mortos Vivos (1987)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Uma espécie de "terror político", do mesmo realizador de "Pânico" e "A Hora do Pesadelo". Mistura elementos tradicionais do Cinema Fantástico com uma situação crítica de política real.

O título original é poético ("A Serpente e o Arco-Íris") e explicado em um letreiro: no ritual voodoo, a Terra é uma serpente e o arco-íris é o céu. Entre eles, o homem muitas vezes fica no meio termo. Mas é difícil crer na história de um antropólogo de Harvard que vai ao Haiti, justamente na época da queda da ditadura dos Duvalier, investigar o fenômeno dos mortos-vivos para encontrar um novo anestésico. Ele se envolve com uma médica negra (a talentosa Tyson, de "Mona Lisa", 1986, de Neil Jordan), um curandeiro bom (Winfield) e outro vigarista (Jennings).

Já no prólogo o herói ingere uma poção alucinógena que explica seus vários pesadelos, seqüências que provocam algum susto. Curiosos são o feiticeiro-vilão (Mokae, de boca tortae dente de ouro) e o chefe de polícia que aprisiona almas. Apesar dos defeitos (roteiro falho, diálogos imbecis, galã ridículo), o filme consegueser razoável, com a melhor cena quando o herói é enterrado vivo.