Drama

A Máquina (2006)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

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Lázaro Ramos, Vladimir Britcha, Wagner Moura, os atores baianos revelados pela peça "A Máquina", e o casal de autores João Falcão e Adriana Falcão estão reunidos nesta adaptação bastante feliz para o cinema do livro de Adriana.

O fato é que o que parecia ser um evento eminentemente teatral acabou dando certo na tela grande. Tudo é construído de modo alegórico, uma fantasia bem humorada, em que se conta a história de um nordestino que acredita é protegido pela chuvas e elementos naturais.

De família numerosa, Antonio (Gustavo Falcão) vive em uma cidadezinha (bem reconstruída em estúdio) onde sonha com o amor de Karina (Mariana Ximenes, que está muito bem, aliás como todo o elenco). Esse sonho o faz ir até o Rio de Janeiro, onde participa de um programa de TV sensacionalista e garante, ao vivo, que é capaz de viajar no tempo sob pena de morrer esmigalhado por uma máquina.

Toda essa história é contada por uma voz em "off", que, se descobre depois, é do próprio Antonio, mais velho e vivendo num asilo (Paulo Autran, magnífico, num de seus melhores momentos no cinema), que conta suas peripécias da juventude para seus colegas de loucura.

Ou seja, não há compromisso com a realidade. No palco, os atores faziam vários papéis e confirmavam sua versatilidade. Aqui, o mocinho é o recifense Gustavo Falcão, sobrinho do diretor, que se sai bem no papel. Os atores hoje famosos fazem papéis menores: Wagner Moura é o apresentador de TV; Lázaro Ramos, um dos loucos; e Vladimir Brichta, um rapaz conquistador da cidade.

Não há falhas, todo mundo está bem, tudo funciona, e o filme tem uma aura de realismo fantástico que resulta encantadora. Mas infelizmente não teve o sucesso de builheteria que merecia nos cinemas.