Refilmagem do clássico da RKO (que co-produziu esta versão) "Sangue de Pantera" ("Cat People", 1942, de Jacques Tourner e do produtor Val Lewton), conservando apenas a idéia central de uma garota descendente de uma raça que se transforma em pantera quando fica sexualmente excitada e duas ou três cenas do original (como a da piscina). Mas o diretor Schrader diz que nem tentou se aproximar do filme original, que ele mal conhece.
Schrader, que pela primeira vez trabalhou numa fita onde não escreveu o roteiro, afirma que a figura mais importante do projeto foi o "consultor visual" Ferdinando Scarfiotti, a quem desejava dar co-autoria, mas o sindicato não permitiu. Deve-se a ele o rebuscado visual e o clima de erotismo, com muita nudez (o filme é muito mais ousado do que os atuais).
Foi sucesso de bilheteria, apesar de tornar gráfico e sanguinolento tudo aquilo que antes era apenas sugerido. Agora há um irmão incestuoso (Malcolm, como sempre psicopata e pelado) e várias seqüências de sonho. Só que é impossível esconder que o filme não tem pé nem cabeça. A alemã Nastassja Kinski tem seu melhor momento no cinema americano com seu jeito de Ingrid Bergman jovem. A edição é especialmente boa.