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Ficha completa do filme

Terror

A Mosca da Cabeça Branca (1958)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
A Mosca da Cabeça Branca

Hollywood sempre teve essa mania: quando um filme dá certo, gosta de fazer outra vez... ou muitas vezes. Mesmo quando se trata de um filme de terror ou ficção científica, como é o caso deste "A Mosca da Cabeça Branca", com um roteiro de James Clavell, famoso escritor de livros sobre o Oriente, como "Tai Pan" e "Shogun".

Uma fita que parecia até modesta, mas que acabou virando um clássico do gênero, principalmente por causa de sua história original e interessante. É mais uma vez um herói cientista, logicamente experimentando com o fora do comum, no caso um método de transmitir e depois reorganizar átomos. Uma espécie de teletransportador, daqueles que depois seriam usados em "Star Trek".

Ele mesmo serve de cobaia para essa experiência. Quem faz o papel é um jovem galã da época, David Hedison, também conhecido como Al Hedison, que estava apenas em seu segundo trabalho e que mais tarde faria parte do elenco da série de tevê "Viagem ao Fundo do Mar". Mas o importante é que quando ele está fazendo sua experiência, entra uma mosca na cápsula e acontece o inesperado, os átomos se misturam e se formam dois monstros, um homem com cabeça de monstro e uma mosca com cabeça humana.

O que poderia ser um filme B é valorizado pela escolha do elenco, que traz duas figuras ilustres, um deles é o inglês Herbert Marshall, que foi importante galã nos anos 30. Repare como ele tem dificuldade para andar. É que ele lutou na Primeira Guerra Mundial, onde foi ferido, sua perna direita foi amputada e ele sempre usou uma perna mecânica. Curiosamente isso não afetou sua carreira e a maior parte do público nunca percebeu nada. Ele continuou trabalhando até sua morte em 1966, com 76 anos de idade.

A outra figura ilustre é Vincent Price, naquela época no auge do sucesso depois de ter feito a série de filmes de Roger Corman, baseados nas obras de Edgar Allan Poe. Sua figura é, como sempre, ambígua e malévola, dando credibilidade ao filme.

Há também uma jovem inglesa que na época começava carreira nos estúdios da Fox, Patricia Owens. Ela havia sido figurante em fitas britânicas e teria outros papéis importantes nos anos 50, para depois desaparecer sem deixar notícias.

Hoje é uma fita até discreta, mas na época foi um enorme sucesso e há uma seqüência que ficou antológica, quando a heroína grita ao ver o marido transformado em monstro, como se fosse pelo ponto de vista da Mosca, com visão múltipla. A fita teria duas continuações inferiores, ainda em preto e branco, em 1959 e outra em 1965. David Cronenberg resolveu refazê-lo 1986, com Jeff Goldblum (também fez enorme sucesso e até ganhou um merecido Oscar de Maquiagem).

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