A Mulher Absoluta (1952)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Katharine Hepburn (1907-2003) encerrou seu longo contrato na Metro com esta comédia romântica, seu sétimo filme (dos nove) que fez ao lado de seu grande amor e parceiro em tudo, Spencer Tracy (1900-67), com roteiro de um casal muito ligado aos dois, a atriz Ruth Gordon e Garson Kanin (autores de "Nascida Ontem") e direção de outro amigo, George Cukor. Ou seja, tudo em família.

Daí a leveza do resultado e a delicadeza do humor. Katharine, que tinha acabado de voltar da África após filmar "Uma Aventura na África" ("The African Queen", 1951), tem um momento de brilho ao mostrar suas espantosas habilidades atléticas, no golfe e tênis, ainda por cima contracenando com vários esportistas famosos, que interpretam a si próprios.

Ela faz uma garota ambiciosa que quer provar seu valor sem a sombra do noivo, mas que acaba se envolvendo com um treinador controlador e rígido (feito com maestria e humor por Tracy), por quem obviamente acaba se apaixonando.

Mesmo imperfeito (a história demora um bocado a engrenar, as cenas de competições são alongadas demais, a piada dela se atrapalhando quando observada pelo noivo é usada à exaustão) ainda funciona bem, graças ao extremo talento da dupla. Foi um dos grandes sucessos dos dois juntos e é um bom exemplo da mitológica magia Hepburn-Tracy.

Em começo de carreira, Charles Bronson (então ainda Buchinski) aparece em um papel secundário. Indicado ao Oscar de Roteiro (também Bafta, Director´s Guild, Sindicato dos Roteiristas e Globo de Ouro de Comédia e Revelação para Aldo Ray). Faz parte do box "Coleção Katharine Hepburn".