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Ficha completa do filme

Terror

A Noiva de Frankenstein (1935)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 5
A Noiva de Frankenstein

Saiu em DVD na Coleção "Universal Studio Classic Monsters", junto com "Frankenstein" (em dois DVDs, e também separadamente). Toda a coleção tem seus Making ofs excelentes, extremamente informativos e até divertidos, todos eles dirigidos por David J Skal.

Dá para ver que a caixa foi produzida por aficcionados do gênero que realmente apreciavam seu trabalho e fizeram uma pesquisa excepcional. Aqui o Making of - "Ele está Vivo! Criando a Noiva de Frankenstein" - é apresentado pelo famoso diretor de cinema Joe Dante ("Gremlins"), enquanto o historiador Scott McQueen faz os comentários em áudio auxiliar (sempre traduzidos em legendas em português). Edição inclui o chamado "Arquivo de A Noiva de Frankenstein", e trailer do cinema.

Os admiradores de filmes de terror são unânimes em considerar "A Noiva de Frankenstein" como um dos melhores filmes do gênero em sua fase clássica, se não mesmo uma obra-prima. Em 1998, houve um filme de sucesso, "Deuses e Monstros", (que contou a história do diretor do filme, James Whale), de Bill Condon, que ganhou Oscar de Roteiro, interpretado com brilhantismo por Sir Ian McKellen e o drama de seus últimos anos, atormentado pela doença e pelo homossexualismo assumido.

Embora parte da história do filme fosse ficção, havia momentos curiosos como o reencontro de Whale, com seus intérpretes - Boris Karloff e Elsa Lanchester. Também Mel Brooks, quando rodou sua paródia "O Jovem Frankenstein", não deixou de homenagear o trabalho de Whale, tentando reproduzir o estilo de fotografia e direção de arte do original. E só não foi mais explícito na figura do monstro de Frankenstein porque a maquiagem usada em Boris Karloff é registrada pela Universal, tem copyright e só os estúdios podem reproduzi-la. Mesmo assim a ótima comediante Madeleine Kahne e Peter Boyle fizeram uma divertida homenagem aos personagens.

Enquanto o primeiro "Frankenstein", de 1931, ainda era um pouco estático, por causa de serem os primeiros anos do cinema falado, sua continuação de 1935, é completamente visual. Ela usa uma referência muito interessante, começando com Elsa Lanchester, também lembrada como a esposa e parceira de Charles Laughton, interpretando o papel da criadora do personagem, a escritora Mary Shelley, mulher do famoso poeta Shelley. Mais tarde a mesma atriz também irá interpretar a Noiva. Embora o filme original tivesse terminado com o que parecia ter sido a morte do Monstro num incêndio, agora fica-se sabendo que ele conseguiu escapar por um rio subterrâneo e reencontrar seu criador, o Doutor Frankenstein.

Aliás isso é que é curioso, Frankenstein é o nome do médico cientista que cria o monstro, a criatura não chega a ter nome. Mas ela tem suas exigências, quer uma companheira, uma noiva e assim que surge Elsa, em situações que permitem uma maior humanidade, maior emoção aos personagens. Na verdade, o notável da fita é não ser apenas terror mas também de uma certa forma uma história de amor entre dois seres marginalizados e disformes. Isso é muito ajudado não apenas pela sensível direção de Whale mas também pela dupla central, que mesmo com tanta maquiagem conseguem criar figuras marcantes e inesquecíveis.

É aqui que tem a seqüência famosa com o ermitão cego depois parodiada por Brooks e foi também para este filme que foi composta a trilha musical clássica de Franz Waxman, que depois seria reutilizada por diversos outros filmes e continuações. É para todos a obra prima do Cinema Fantástico.

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