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Ficha completa do filme

Drama

A Ostra e o Vento (1997)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
A Ostra e o Vento

Representante do Brasil no Festival de Veneza (onde levou apenas um prêmio menor e paralelo), esta é uma fita curiosa que não chega a dar certo. Embora tenha seus defensores, principalmente entre o público feminino, que se identifica com a personagem central, a adolescente (Leandra Leal) que sente seu despertar da sexualidade.

Realizado por um dos mais consistentes diretores do Cinema Novo, Walter Lima Jr (de longa e honrosa carreira desde "Menino de Engenho", "Brasil Ano 2000", "A Lira do Delírio", "Inocência", etc), o filme tem vários acertos começando com a fotografia de Pedro Farkas, muito poética e bonita.

A história toda se passa numa ilha distante do litoral, onde tem um farol que é cuidado por um homem solitário (Lima) que tem uma filha pré-adolescente que ele insiste em deixar na maior solidão, impedindo-a de ir à cidade, num grande ciúme também por causa da ex-mulher ter sido infiel (ela aparece em flashbacks bem construídos e engenhosos, mas a atriz Débora Bloch está fora de tom). Quando a fita começa, já se sabe que houve alguma tragédia, com os amigos chegando com mantimentos e encontrando o local abandonado.

Um diário da menina vai revelando aos poucos os fatos (o filme enrola um pouco no começo, poderia ser mais objetivo, mas a passagem do presente para o passado é bem feita. Sem falar na ilha que foi criada em computação gráfica de forma bastante convincente). Basicamente, a menina se vira contra o pai quando fica menstruada (uma cena bem feita) e ela quer saber quem é aquela pessoa a que vive chamando. Acontece que a menina, de forma histérica, tornou o vento seu amante e confidente, ele magicamente aparece em momentos cruciais.

Ofilme vai criando bastante clima (dá para aceitar a voz do vento já que é feita pela própria menina), mas quando deveria explodir, quando deveria ter a grande ventania, o grande clímax, a produção falha. A cena da canoa é patética, a conclusão fica prejudicada pela falta de recursos. Simplesmente, se constrói tudo para um auge que nunca chega a existir. É isso que atrapalha um filme, sem dúvida, diferente e acima da média do que se fez ultimamente.

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