Foi grande fracasso de bilheteria, em parte por causa do êxito de "Cidade de Deus" (seu contemporâneo e que era muito mais moderno como narrativa e trama). Mas como sempre a tendência é não achar tão desastroso assim. Já pelo trailer dava para se perceber que parecia uma fita de vinte anos atrás, como se o Cinema Brasileiro não tivesse evoluído (por sinal o trailer é pior que o filme).
Depois que Dona Letícia Spiller deve ser a pior atriz do Brasil. Certamente pode haver outras tão ruins quanto ela, piores duvido. Este era um personagem que teria que ficar inteiramente sob o controle da atriz, errou nela, acabou a fita. Ela está até de certa maneira controlada, mas não adianta. O tempo todo fiquei me esforçando para lembrar melhor de Os Muckers, de Jorge Bodanzki, que contava a mesma história e as imagens que me vieram eram sempre de dignidade, crueza, anti-dramatização. Tudo o oposto desta versão.
Thiago Lacerda faz um personagem completamente absurdo que aparece de vez em quando e conclui como "Duelo ao Sol em chamas". E ainda tem problemas com a fala. Tem pinta de Clark Gable, porte de galã mas muito o que aprender. Mas no filme está todo mundo perdido, até o Caco Ciocler, que de vez em quando destrambelha (o Cinema nacional tem mania com certos atores de tempos em tempos, o Caco é um deles, está em tudo que é filme. Resultado: acaba cansando a imagem até porque quem assiste filme nacional são sempre as mesmas pessoas).
Tem outras coisas que certamente provocaram riso (a pavorosa peruca de Letícia, o fato dela usar camisola e ter que se expor nua) e incredulidade (as cenas de ação e guerra são extremamente mal encenadas, outra coisa do velho Cinema nacional). Não entendi também a postura do filme, se é a favor ou contra, ou simplesmente conta a história. Parece uma mistura de tudo (outra coisa que me pareceu muito errada foi a trilha musical). Enfim, a expectativa criada pelo filme saiu pela culatra.