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Ficha completa do filme

Terror

A Profecia (2006) (2006)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 1
A Profecia (2006)

O truque foi lançar no mundo inteiro no mesmo dia, 6 de junho (mês 6) de 2006, como uma referência ao número da Besta, ou seja, do Anticristo, o 666. Mas isso, não tira o fato de que este é dos piores filme do ano, mais uma daquelas refilmagens desnecessárias e por vezes ofensiva de um semi-clássico homônimo de 1976, que é roteirizado pelo mesmo escritor David Selzer (chegando ao cúmulo de manter o mesmo final, deixando a porta aberta para mais continuações).

Mas é ridículo que tenham ressuscitado essa franquia que já deu o que tinha de dar. O fato é que o original de 1976 salvou a Fox de uma crise financeira, ao trazer uma dupla de classe (Gregory Peck e Lee Remick) dando legitimidade ao que era basicamente uma fita de terror. Revelou também o talentoso diretor Richard Donner (que depois fez "Superman").

Ficou famoso por algumas cenas assustadoras e muito bem realizadas de mortes esdrúxulas, quase todas aqui repetidas, ainda que com detalhes diferentes (tem uma nova que é a morte do embaixador mas fazem parecido as mortes do padre, do fotógrafo, da primeira babá).

Só que tudo pior e mal feito (quando a babá sorridente Mia Farrow é atropelada, dá para perceber que foi um dublê que fez as cenas na chuva). E com muito menos resultado (por exemplo, os macacos no zoológico). A sacada da Profecia original era contar a vida do Anticristo, que segundo o texto (como em "Código Da Vinci", utiliza coisas verdadeiras misturando com outras inventadas) viria para o Apocalipse.

A idéia original era contar sua trajetória em cinco filmes e idades diferentes. Mas como o segundo já não estourou nas bilheterias, a Fox reduziu o projeto para três (e mais um quarto que foi apenas um telefilme "Omen IV: The Awakening", embora aqui tenha saído nos cinemas).

Os três existem em DVD, inclusive num bom box cheio de extras. O segundo Damien, de a "Profecia II" (1978) também era interessante, mantendo um elenco A (William Holden e Lee Grant, como os tios do rapaz que agora estuda numa Academia Militar).

A cena mais famosa era quando um colega morria debaixo do gelo fino e ninguém conseguia ajudá-lo. Don Taylor assinava a direção, mas dizem que Michael Hodges dirigiu os melhores momentos. E no terceiro "A Profecia III, O Conflito Final" (1981) de Graham Baker, já desprezível, Sam Neill fazia o demoníaco herói com resultados parcos.

Agora se conta a mesma coisa tudo de novo, apelando para o tema apocalíptico que pode ter algum interesse para determinadas seitas (só que elas não vão ao cinema) e que fracassaram quando houve a virada do século. Rodado em Roma e na antiga Tchecoslováquia, o filme agora traz um jovem casal (para tentar se aproximar do adolescente que geralmente vê esse tipo de fita), ambos muito ruins e piores do que costume: Julia Stiles (não convence como mãe) e Liev Schreiber (um ator consagrado na Broadway, em seu pior momento).

Talvez seja culpa do diretor John Moore ("Atrás das Linhas Inimigas" e "O Vôo da Fênix"), que parece ser um artesão preocupado apenas com a técnica. Enfim, Liev aqui é o assistente do embaixador americano em Roma, quando substitui o filho recém-nascido morto, por outro de origem desconhecida que depois descobriremos ser o filho do Diabo parido de um Chacal. E que tem cães e babás para protegê-lo.

Só que a criança é um péssimo ator, fazendo caras, bocas e biquinhos, que nunca convence ou funciona. A nova Profecia é um verdadeiro vexame, que deve ser ignorado. Não caia nessa cilada.

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