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Ficha completa do filme

Drama

A Prova (2005)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
A Prova

Nos últimos tempos da Miramax, ainda dirigida pelos Irmãos Weinstein, eles fizeram esta adaptação para o cinema de uma peça premiada na Broadway (Melhor Atriz e Texto, de David Auburn que também fez a adaptação aqui), favorecendo sua afilhada Gwyneth Paltrow.

Depois dela fazer uma pequena temporada no West End britânico, rodou o filme sobre a direção do também inglês Madden (justamente quem fez "Shakespeare Apaixonado"). Mas já estava condenado ao fracasso, porque cometeu o erro básico e imperdoável de não contratar a atriz que havia ganhado todos os prêmios no palco, a excelente Mary-Louise Parker (atualmente na série "Weeds").

Ou seja, a fraca Paltrow não tem a estatura para fazer uma personagem tão completa, nem o público quer acompanhar uma trama tão intelectualizada sobre matemática. Resultado: Gwyneth ainda chegou a ter indicação ao Globo de Ouro, mas passou em branco em Veneza e nos cinemas americanos.

Um detalhe importante: a peça também foi montada no Brasil, numa versão muito elogiada, com Andréa Beltrão. Dizem que o texto foi inspirado na vida de John Nash, o matemático esquizofrênico cuja vida foi contada em "Uma Mente Brilhante".

E realmente é um bem escrito (como playwriting) drama sobre uma mulher Catherine, filha de um brilhante mas falecido matemático mentalmente perturbado (Anthony Hopkins, que aparece contracenando com os vivos), que tenta aceitar ao se ver sozinha e perturbada por uma irmã, que deseja que ela saia da velha casa e se mude com ela.

De repente, tem que enfrentar a possibilidade de que também é uma doente mental, enquanto um aluno do pai (Jake, antes de "Brokeback Mountain", mas com a mesma cara de coió) mexe nas coisas dele na esperança de encontrar uma fórmula importante. E o primeiro ato termina quando isso sucede e fica-se sabendo que quem a descobriu ou encontrou ou conseguiu formular, foi justamente Catherine.

Ou seja, é o tipo do exercício intelectual, de poucas emoções, que funciona mais num palco. Depois não é que Gwyneth esteja mal, é que simplesmente ela não tem fôlego ou registro para ir muito adiante, ficando sempre naquela coisa adocicada e meio tom que sabe fazer. Difícil acreditar que ela saiba matemática, quanto mais ser um gênio.

Embora tenha sido elogiada por ter capturado o tom exato da vida num campus universitário, ainda que o filme tenha sido rodado na Inglaterra. Conclusão: um bom texto numa versão razoável com uma atriz fraca. Mesmo assim o público interessado deve conferir.

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