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Ficha completa do filme

Drama, Romance

A Rainha Margot (1994)

Sérgio Alpendre

Sérgio Alpendre

Colaboração para o UOL 30/09/2011
Nota: 2
A Rainha Margot

"A Rainha Margot" é um filme longo, violento, cheio de atores de prestígio, que narra um dos episódios mais sangrentos da história da França: o massacre dos protestantes em 1572 e os acontecimentos posteriores ao massacre.

Lançado anteriormente numa dessas edições baratas de banca (e com imagem decente, apesar da procedência duvidosa), o premiadíssimo filme de 1994 completou o que "Hotel de France" havia iniciado sete anos antes: colocar o diretor Patrice Chéreau entre os nomes mais importantes para a indústria cinematográfica francesa da época, ao lado de Patrice Leconte ("O Marido da Cabeleireira"), André Téchiné ("Rosas Selvagens") e Benoit Jacquot ("A Garota Solitária"), da tendência histórico-psicológica (ou seja, cinema de qualidade requentado para os gostos da época).

Esses quatro diretores dominavam a tendência que traduzia uma preocupação temática, em oposição aos neo-formalistas dos anos 1980 (Leos Carax capitaneando este grupo). Podemos dizer que o prestígio adquirido pelos histórico-psicológicos orientou um lado - que muitos pensam ser nefasto - do cinema francês que dura até hoje, e que rendeu, enfim, alguns bons frutos, apesar da aparência engessada de seus dramas.

Com seus cinco Césars (o Oscar do cinema francês) conquistados e sua trama histórica e imponente, o longa sai agora pela Versátil em edição estendida. São dez minutos a mais em relação ao DVD que se encontrava em locadoras.

Isabelle Adjani, ainda uma atriz muito bela, é a nobre Margot, católica que aceita se casar com o protestante Henri de Navarre (Daniel Auteil, de "Caché") para tentar uma paz, num contexto em que a guerra entre católicos e protestantes já se estendia por muitos anos.

A cerimônia de casamento é marcada para a Noite de São Bartolomeu. É nessa data simbólica para a igreja católica que acontece um dos maiores massacres da história, dos protestantes pelas forças católicas do rei. O massacre é retratado pelo filme com crueza impressionante, num efeito de realismo que só faz aprofundar o clima febril dos conflitos religiosos da época.

Infelizmente, "A Rainha Margot" traz muitos dos problemas da tradição de qualidade francesa, requentada para os insossos anos 1990. O filme trabalha com uma noção de realismo e naturalismo curiosa, com alguns cortes de cabelo respeitando a moda de 1994.

É impossível sermos transportados para a época porque não temos aqui o registro cínico com o qual Derek Jarman realizou "Caravaggio", por exemplo. Vemos as vestes, os costumes e a pompa da nobreza do século 16, mas em momento algum acreditamos nesses personagens, ou que eles são daquela época.

Mesmo os bons atores, Adjani e Auteil, além da veterana Virna Lisi no papel de Catarina de Médici, e do grande Jean-Claude Brialy no papel de Coligny, o influente líder protestante que é próximo do rei católico, são incapazes de convencer.

Jean-Hughes Anglade faz pior, esquece seu potencial para interpretar de maneira afetada o Rei Charles, um monarca marionete, mimado e problemático. Nem a presença da bela Asia Argento, filha do diretor italiano Dario Argento, contribui para fazer deste filme algo mais do que um desfile histórico pomposo, arrastado e sem imaginação.

É melhor estudar sobre o período nos bons livros de história.

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3

Luxuosa produção histórica de Claude Berri, com roteiro de Danièle Thompson (filha de Gerard Oury) e do realizador Chereau. A experiência deste em teatro serve bem para conduzir um grande elenco de nomes famosos e interpretações intensas. Certamente a melhor figura é a italiana Virna Lisi como Catarina de Médicis. Difícil acreditar que ela já foi uma das mulheres mais belas do cinema.

Foi indicado ao Oscar de Figurino Ganhou Melhor Atriz (Virna) e Grande Prêmio do Júri em Cannes, além dos Césars de Melhor Figurino, Fotografia, Atriz (Adjani), Ator Coadjuvante (Anglade), Atriz Coadj (Virna) Cópia de boa qualidade.

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