A Selva (2002)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Visto num Festival de Gramado, sem maior repercussão, este é o filme português mais caro de sua história. Acontece que por alguma razão inexplicada, os portugueses tem paixão pelo livro homônimo de Ferreira de Castro (que foi rodado em plena Amazônia por elenco misto e que já teve uma versão anterior em preto e branco, nos anos 70, que foi dirigida pelo hoje famoso escritor Marcio de Souza, com Ruy Gomes e Ana Maria Nascimento e Silva).

Mas a história é apenas o velho clichê do imigrante que é tragado e devorado (figurativamente) pela selva tropical. No caso, é o galã português Diogo Morgado, bonitão e fraco ator. O filme conta com alguma pompa, mas sem grandes emoções como ele faz amigos (com o sempre ótimo Chico Diaz), enfrenta os patrões que são brutais e sem escrúpulos e tem até uma ameaça de romance com uma mulher casada (Maitê).

Na verdade, a cena mais famosa do livro é um momento em que um dos empregados tem uma relação sexual com um burro (é o coitado do José Dumont que tem a missão difícil de fazer essa cena, o que ele faz com a dignidade quase intacta).

O resto é uma narrativa banal na selva, com índios, perigos, traições, exotismo. Deve ter sido dificílimo rodar no calor amazônico e francamente o filme podia ser pior. Mas esse é o máximo de elogio que eu consigo dar.