Comédia

A Sogra (2005)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

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O filme ia se chamar "Até que a Sogra os Separe" mas teve de mudar na última hora porque esse título já estava registrado no Brasil.

Não muda muito. Dá perfeitamente para descrever o conteúdo desta comédia apenas razoável, que ficou famosa por ter marcado o retorno ao cinema de Jane Fonda depois de uma ausência de 15 anos.

E aí temos os problemas. Jane Fonda não é uma grande comediante e nunca se sentiu à vontade no gênero. Bette Midler teria ficado melhor e muito mais engraçada no papel de megera. Fonda não compromete, mas simplesmente não tem grande timing de comédia.

Outra coisa que me incomoda: sou da teoria de que o ator deve envelhecer com seu público como fizeram Bette Davis e outras. Assim, assimilamos com facilidade a mudança física que é paralela à nossa.

Não foi o que aconteceu com Jane. A última vez que a vimos, era uma mulher bonita, atraente, ainda jovem. Agora é uma senhora. Ainda magra e esbelta, mas não dá para enganar a idade (68) que transparece na pele, nas mãos, nos pés de galinha, de forma cruel e evidente.

Acredito que o público vá ficar um pouco chocado e surpreso, como eu fiquei, diante do fato de que ter sido rainha da ginástica e do vídeo de exercícios não interrompeu o processo de envelhecimento.

Fora isso, o filme é razoável e previsível, com um roteiro irregular (muitas coisas são criadas e depois esquecidas, como a cena na qual Jane tira um cabelo de Jennifer Lopez para fazer um exame). Custa um pouco a começar e depois cai em clichês de comédia.

Jennifer Lopez, que é uma bela mulher, apesar de limitada como intérprete, até que se defende bem no papel novamente ingrato de uma moça pobre, meio hippie, que vive de vários empregos, mas que consegue conquistar um médico bonitão e rico (Michael Vartan, de "Alias", sobrinho da francesa Sylvie Vartan e menos bonitão que de costume).

O problema é que a mãe dele é uma famosa e lendária apresentadora de TV que acabou de perder o emprego. Quando o filho aparece com a moça, a mãe fica louca da vida e faz tudo para atrapalhar o casamento. Por fim, "A Sogra" tem alguns momentos divertidos e não chega a aborrecer.

O trabalho do diretor australiano Robert Luketic de "Legalmente Loira" e "Um Encontro com seu Ídolo", é banal e corriqueiro. O de Jane, profissional. Apesar disso, é estranho ver que uma atriz com uma carreira tão ambiciosa tenha retornado ao cinema - no que poderá ser seu canto de cisne - numa fita tão descartável.