Vencedor do Prêmio Louis Delluc, rendeu também vários prêmios de atriz para Isabelle (Festival de Montreal, Lumiére). Mas não está entre os mais prestigiados trabalhos do diretor Chabrol (que foi o mais prolífico dos realizadores saídos da Nouvelle Vague, este foi seu qüinquagésimo sétimo filme).
Ele gosta de fazer dramas burgueses, com freqüentes tramas policiais misteriosas, como aqui onde utiliza o charme de Huppert (que sempre faz o mínimo possível mas seu rosto sempre sugere muita coisa) para deixar o espectador imaginar coisas.
O filme é solene, lento e todo mundo toma chocolate aparentemente escondendo alguma coisa. Será que a garota é filha da primeira esposa (a atriz faz os dois papéis) que morreu num acidente de carro? E criam tanto clima, que é evidente que há uma teia de conspiração e uma revelação (dita, inesperada) ao final. Nem sempre convence, mas Huppert é uma grande atriz mesmo em momento menor (há frases como "o mal é que eu desvio o bem" e o plano final é bem discutível).