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Ficha completa do filme

Drama

A Troca (2008)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 05/05/2009
Nota: 3

Angelina Jolie não ganhou o prêmio de atriz em Cannes em 2008 aparentemente porque o presidente do júri Sean Penn deve ser seu inimigo. Sorte nossa, porque o prêmio ficou para a brasileira Sandra Corveloni, que nem tinha um papel tão marcante assim.

Angelina acabou sendo indicada ao Oscar, ao Bafta, ao SAG e ao Globo de Ouro, ou seja, todos os principais prêmios de atuação, embora não seja um grande momento dela. O filme tem defeitos evidentes, sendo o mais claro a sucessão de finais - quando o filme parece que acabou e então vem mais uma resolução. Sua duração também é desnecessariamente longa, com 140 minutos.

Também não é o melhor momento de Clint Eastwood como diretor, que, embora competente, não está especialmente à vontade para contar uma história real de época. Na verdade, ele foi diretor convidado pelo produtor Ron Howard, que não pôde realizar o filme como planejara (ele fez no lugar "Frost Nixon").

No fundo, a trama é mais um ataque à famosa corrupção da polícia de Los Angeles, que já apareceu em diversos filmes. Aliás, os letreiros finais dão uma idéia errada de que o chefe de polícia local James Davis perdeu o cargo. É verdade, mas dois anos depois estava de volta e ficou lá até 1939, embora todo mundo soubesse que era corrupto.

A história se passa no fim dos anos 20. Christine (Jolie) é uma mãe solteira que trabalha em uma companhia telefônica e cuida do filho Walter. Só que ele desaparece sem explicações e, dois meses depois, a polícia devolve um garoto que ela sabe que não é ele - mais baixo, circuncidado, e assim por diante.

Só que a polícia não admite o erro. Ela sofrerá todo tipo de pressões, chegando mesmo a ser internada num sanatório como louca e sofrendo torturas. O único que a defende é um pastor protestante feito por John Malkovich.

Angelina esta sóbria, sempre com um chapéu atrapalhando, com uma maquiagem também de época, e faz tudo com sinceridade. O problema está nos coadjuvantes. Clint não consegue conduzir os atores que interpretam o criminoso, o chefe de polícia e seu principal subordinado. Todos careteiros e irregulares.

Ao menos Amy Ryan tem uma ponta mais ou menos marcante como colega de prisão de Christine. Um filme digno, como tudo que Clint faz. Foi indicado também aos Oscar de fotografia e direção de arte.

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