A Viagem de Chihiro (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Não é bem uma fita infantil e deveria ser para público de arte e adulto. Merecido vencedor do Oscar de Animação e do Urso de Ouro do Festival de Berlim, um fato notável para um desenho animado japonês. Mas que me perdoem os fãs dos Animes (de que em princípio eu também gosto), não é todo mundo que vai conseguir entrar nesta história aparentemente banal de uma menina chamada Chihiro, que se muda com seus pais para uma nova cidade mas no caminho param num antigo Parque temático onde eles desaparecem (viram porcos) e ela acaba empregada de uma grande mansão/Spa freqüentada por fantasmas e espíritos dos mais diferentes formatos e tamanhos. Com a ajuda de um menino (que será encantado pela bruxa numa espécie de dragão voador), ela conhecerá os meandros do lugar (na verdade, bem curioso e interessante) e resolverá os enigmas na tentativa de ajudar seus pais (o final é óbvio, no maior estilo "Mágico de Oz").

Grande sucesso de bilheteria no Japão, o filme é bonito, curioso, interessante (a trilha musical é especialmente bonita). Mas o diretor/criador Hayao Miyazaki já tinha feito um filme muito mais elaborado e complexo com "Princesa Mononoke" (inédito no Brasil, feito em 1997 e enorme sucesso no Japão). Mesmo para os iniciados, Chiriro é uma fita difícil de penetrar. Tentei mas não consegui perceber suas variadas e possíveis sutilezas. Mas como os fãs do gênero são numerosos e persuasivos (na França é uma completa mania), além de crescentes, o filme merece uma chance. Assista sem preconceitos. É bem possível que seja conquistado pela Chihiro e seus fantasmas.