O prestígio do diretor Wes Anderson é um mistério para mim. Mas o outrora queridinho da crítica por "Os Excêntricos Tenenbaums" e "Rushmore" se deu mal nesta última aventura que foi mal recebida por todos, até pelos mais empedernidos fãs de Bill Murray _que, aliás, brigou muito com o diretor numa filmagem interminável.
É difícil entender o senso de humor do diretor, que faz piadinhas infames e bizarras. A idéia é satirizar Cousteau e seu mundo de pesquisadores, mas isso dificilmente provoca qualquer riso.
Para o brasileiro, há o ator e cantor Seu Jorge (de "Cidade de Deus")como Pelé dos Santos, que interpreta em português canções de David Bowie _não disse que ele era estranho?
Enfim, Murray está realmente pouco divertido como o herói em decadência que está perdendo patrocinadores. Anjelica Huston é sua mulher que está o deixando; Jeff Goldblum vive um rival meio gay; Owen Wilson faz o possível filho desaparecido de Zissou; Cate Blanchett é uma jornalista grávida (a atriz estava de fato grávida); e Willem Dafoe interpreta um cara da equipe. Nenhum tem muito o que fazer como personagem ou situações.
Eles enfrentam piratas, passam por mil peripécias, mas o filme parece que não anda. O público fica fora dele, como fica nos outros anteriores de Anderson.
Edição em DVD traz comentários em áudio do diretor e do co-roteirista, "Estrelas no Set" (bastidores), cenas cortadas, "Easter Egg" (surpresa escondida): Bill Murray experimenta tênis Adidas. Edição americana traz dez clipes de Seu Jorge, que estranhamente fica de fora da edição nacional.