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Ficha completa do filme

Suspense

Amigo Oculto (2005)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 2
Amigo Oculto

Pela primeira vez em sua existência, a Fox enviou para os cinemas as cópias do filme sem o rolo final, na tentativa de preservar o final surpresa. Não sei se era para tanto. O final (claro que não vou revelar) não é assim tão surpreendente, diante de muitos outros que tem conclusão semelhante (basta dizer que alguns deles são muito famosos).

Nem por isso, a fita foi especialmente bem de bilheteria (chegando perto dos 50 milhões) e foi vista como mais um passo na decadência progressiva de Robert De Niro como ícone.

Eu tenho uma teoria a respeito. Lembram-se de quando ele teve um problema com câncer, que aparentemente foi curado? Pois é, dali em diante ele tem feito tudo que é filme, bom, mau, regular, comédia, drama, até comercial da Amex. Acho que de repente se deu conta de sua mortalidade e como tem muito filho, pensou: vou deixar ao menos um pé de meia.

Porque não pode haver outra explicação para suas más interpretações em filmes duvidosos. Este aqui se parece muito com outro contemporâneo (vou ser legal e não dizer qual) que tem a mesma reviravolta final.

Implico logo de cara com a escalação de elenco. De Niro parece mais o avô da menina e não seu pai (nenhum diálogo explica o fato da menina ter 11 anos no máximo, ainda brincar de boneca e os pais serem sessentões, no caso de Amy Irving obviamente foi escolhida para parecer esposa de De Niro). Era papel para ator de trinta e poucos.

Há outras bobagens no roteiro (uma delas é o policial não ver sinais da janela quebrada e os restos da confusão no chão, ainda mais ele sendo tão meticuloso). Mas basicamente conta-se uma história mais de suspense do que de terror, sobre uma menina (a excelente Dakota, que está morena, o que valoriza seus impressionantes olhos. Ela já é veterana, mas nunca esteve mal em fita alguma).

Ela perde a mãe que se suicidou na banheira (Amy) e vai morar com o pai psicólogo numa casa nas montanhas meio deserta (coisa de cinema, se alguém precisa melhorar, que tal ficar na cidade grande e se distrair?). Ali ela arranja um amigo invisível (na verdade, o título em inglês acentua a temática que seria a brincadeira de esconde-esconde que ela gostava de fazer com a mãe) chamado Charlie, que aparentemente a faz aprontar atos vingativos contra o pai (como afogar o gato na banheira).

De Niro obviamente faz o pai, com aquela boca de dor de estômago que usa tanto para comédia quando drama. O papel até que lhe dá chances, mas está longe de aproveita-las. Menos oportunidades tem as mulheres, com Elisabeth Shue no tipo de papel ingrato que você já sabe o destino desde a primeira cena e a interessante Famke Janssen, que é a psicóloga da menina.

O diretor Polson foi ator e fez sucesso com aquele fraquinho "Fixação" ("Swinfan"). Bastante curto, um pouco lento, sem ponto de vista ou personalidade, o filme não chega a ser ruim.

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