Amor Pagão (1950)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Comédia musical menor da Metro, produzida por Arthur Freed (1894-1973) em um dia ruim, simplesmente como desculpa de aproveitar antigas canções dele. Curto, dirigido mediocremente pelo coreógrafo Robert Alton (depois de Esther Williams recusar Stanley Donen), desperdiça as belas locações no Havaí (fazendo às vezes do Taiti) e os talentos de Esther e de Howard Keel em um inexistente roteiro que se limita a mostrar sem nenhuma surpresa o romance deles, abrindo oportunidades para ela aparecer nadando ou com pouca roupa e tentando fazer humor retratando os taitianos como semi-retardados.

Esther está linda e bronzeada e tem bons números aquáticos, mas Keel parece totalmente deslocado no papel, que inclui até ele adotar crianças nativas. Além disso, as canções de Freed e Harry Warren são banais e tiveram que receber o reforço de última hora da popular (e que acabou dando o nome do filme, que ia se chamar Tahiti) de "Pagan Love Song", um número de 1929 que Freed compôs com Nacio Herb Brown e é usado no momento mais elaborado do filme, o único onde transparece o ofício original de Alton.

Para atrapalhar mais um pouco, Esther descobriu-se grávida no meio das filmagens, tornando necessário disfarçar a barriga, e Keel quebrou um braço, também exigindo mudanças de última hora. Mal sucedido na época, não envelheceu melhor. A cópia fraca, tirada de VHS, naturalmente não ajuda.