Aquele Beijo da Meia-noite (1949)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Produzido por Joe Pasternak para a Metro (a cópia boa tirada de Laser é de origem duvidosa), este foi o filme que lançou como astro no cinema o tenor Mario Lanza (1921-59), numa história pseudo-autobiográfica. Como o personagem, ele também nasceu na Filadélfia e foi chofer de caminhão.

Mas o roteiro é uma história convencional, mostrando ele desajeitado e bronco e aos poucos aprendendo a ser astro da ópera. Ele só entra na fita depois de 15 minutos. Por isso tem a então mais conhecida Kathryn (uma soprano que curiosamente funcionaria melhor em musicais mais leves como "Dá-me um Beijo" e "Barco das Ilusões") e a ilustre Ethel Barrymore (como a tia de Katy, que patrocina óperas).

O tenor está mais espontâneo, menos gordo e menos ridículo que em filmes posteriores (ele era muito indisciplinado e temperamental, o que acabou por destruir sua carreira e saúde). Curiosamente o filme foi fracasso na época (a Metro queria que a dupla virasse novos Jeanette MacDonald/ Nelson Eddy) e só depois da segunda fita que ele viraria astro.

Tem trechos de óperas (Cavaliera Rusticana, Elisir D'Amor, Rigoletto, Aida), clássicos com o maestro José Iturbi, muito popular na época e que interpreta a si mesmo (Concerto de Piano N 1 de Liszt) e a canção famosa "They Didn't Believe Me" de Jerome Kern. Passou em nossos cinemas como "Aquele Beijo à Meia-noite".