Ganhou o prêmio Ecumênico e o do Júri em Cannes. Quarto e mais recente filme da filha do diretor Mohsen Makhmalbalf. Rodado em lugares reais e impressionantes no Afeganistão, logo depois da invasão americana, impressiona pela realidade das locações e situações. Mas perde um pouco para o semelhante "Osama", que já passou.
A atriz central é muito boa (aliás, todos convencem). Mas basicamente seguimos seus problemas enquanto tenta estudar entre bombas e preconceitos (é comovente quando elas sonham em serem as primeiras mulheres presidentes do país), depois as relações familiares (um bebê da família está morrendo de fome e aguardam notícias sobre o marido dela, que pode ter morrido por causa de uma mina), as dificuldades como refugiados, a amizade com um sujeito de bicicleta que a segue, um poeta (que lhe mostra a obra de Lorca).
O título é sim uma citação ao famoso poema de Garcia Lorca, sobre uma corrida de touros. Não deixa de ser curiosa e interessante, já que foi rodada em Cabul, num estado de aparentemente normalidade e total pobreza.
Tudo é muito espontâneo, sem se fixar nas tragédias, variando entre o tocante (há uma deliciosa conversa da heroína com um soldado francês, quando ela pede que lhe explique quem é o presidente francês e como ele conseguiu ser eleito), e o patético (todas as seqüências finais).