As Novas Aventuras de Tarzan (1935)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

O próprio autor dos livros de Tarzan, Edgar Rice Burroughs, foi um dos produtores desse seriado em 12 capítulos. Com isso o personagem foi tratado com uma fidelidade e respeito que só se repetiria em 1984 com Greystoke, de Hugh Hudson.

Ou seja, não é um Tarzan monossilábico e primitivo como o de Johnny Weissmuller e sucessores, e sim um nobre inglês articulado e inteligente, que ao mesmo tempo reina sobre a selva e se comunica com os animais. Além disso, muitos detalhes dos livros de Burroughs estão presentes (o mais visível é o nome do chimpanzé de Tarzan, Nkima, como nos livros, e não Chita).

Filmado em locações na Guatemala, com produção bastante decente e muita ação, o seriado acaba se perdendo devido ao elenco muito fraco, em especial o protagonista Herman Brix, que carecia por completo do charme e carisma que o papel exigia (até para se tornar convincente).

Brix era um esportista e atleta olímpico, que chegou a ser cogitado pela Metro para a série de filmes do personagem que seriam feitos com Weissmuller. Depois deste e de alguns seriados na Republic, Brix se afastou das telas, estudou um pouco de interpretação e voltou depois rebatizado como Bruce Bennett, tendo então uma carreira bastante razoável, com papéis importantes em "O Tesouro de Sierra Madre" ("The Treasure of The Sierra Madre", 1948) e "Almas Em Suplício" ("Mildred Pierce", 1945).

O seriado foi lançado também como dois filmes de longa-metragem, um com o mesmo título reunindo o primeiro e o segundo episódios, mais uma pequena cena conclusiva, e outro, "Tarzan and The Green Goddess", comprimindo os dez episódios restantes. Lançado em dois DVDs separados, com seis episódios em cada. A cópia infelizmente é fraca, com som bem ruim.