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Ficha completa do filme

Comédia, Drama

As Novas Roupas do Imperador (2002)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
As Novas Roupas do Imperador

Cada vez que vejo este título imediatamente penso na famosa história do conto de fadas (sobre o imperador que está nu) ou num recente desenho de Disney. Nunca num filme sério.

É uma comédia-dramática modesta feita por europeus, mas com um diretor americano (revelado na fita independente "Doces Criminosos/ Palookaville", depois fez episódios de "A Sete Palmos/ Six Feet Under", "Oz", "Sopranos", "Homicide", "West Wing"), Alan Taylor. E com um roteiro de Kevin Molony baseado num livro de Simon Leys.

Neste caso, o Imperador é mesmo Napoleão Bonaparte (feito pelo baixinho e notável Ian Holm, consagrado como o Bilbo, do primeiro "O Senhor dos Anéis"), que depois de derrotado em Waterloo, amarga um exílio na Ilha de Santa Helena mas continua planejando um retorno.

Ainda mais quando encontra um sósia, um certo Eugene (o mesmo Ian) que toma o seu lugar e assim narra as memórias completamente fictícias e vulgares. Enquanto isso, o verdadeiro Napoleão consegue retornar a Paris onde se hospeda na casa de uma viúva chamada Pumpkin (Abóbora) e que cria melões e melancias (e é feito com muita dignidade pela estranha dinamarquesa Iben de "Alta Fidelidade"), tendo dificuldades de se adaptar à nova vida e convencer as pessoas de sua linhagem imperial (ainda que demonstre lampejos de brilhantismo quando planeja a venda de melancias em Paris como se fosse a estratégia de uma batalha).

Mas quando resolve assumir seu papel, logicamente todo mundo acha que está louco (afinal, todo louco que se preze na época se achava Napoleão, hoje deve se achar Bush). Enfim, a fita custa um pouco a começar e engrenar e acaba sendo uma diversão para platéias cultas e sofisticadas (duvido muito que um adolescente tenha paciência de sequer suportá-la). Nunca se deixa cair na chanchada (e mesmo classificá-la como comédia é uma ousadia) e é feita com toda seriedade pelo grande Holm. Mas tudo é bastante humano, convincente naquela do "e se tivesse sido assim". Fracasso nos cinemas, ainda assim é para públicos restritos e informados.

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