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Ficha completa do filme

Policial

Assalto à 13ª DP (2005)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Assalto à 13ª DP

É preciso lembrar que se trata de uma refilmagem de um modesto filme de ação que virou cult, pouco visto no Brasil, que John Carpenter fez e dirigiu antes de ficar famoso com "Halloween". Foi feito em 1977 e o título local foi "Trovão nas Ruas" ou "Assalto à Décima Terceira DP" ("Assault on Precint 13") com um elenco desconhecido.

O próprio autor confessa e admite que se inspirou em outro filme, "Onde começa o Inferno" ("Rio Bravo", 1960) de Howard Hawks, de onde tirou a situação básica: uma delegacia de polícia sitiada por bandidos que desejam resgatar um prisioneiro. A partir daí, o roteirista James DeMonaco reinventou um roteiro, modernizando-o (a fita resulta muito violenta para os padrões atuais) e criando mais reviravoltas e surpresas.

O resultado é bem razoável, mas não teve o sucesso que se podia imaginar, nem aqui, nem lá fora. Mark Wahlberg recusou o papel central, que sobrou para Ethan Hawke, um ator limitado mas esforçado, que faz seu melhor no papel de um agente de polícia honesto (que no prólogo está disfarçado fazendo um flagrante mas, sem querer, provoca a morte de seus dois companheiros).

Depois, como sargento, ele é responsável por fechar uma delegacia decadente em Detroit, justamente numa noite de nevasca em pleno reveillon. A delegacia já está praticamente desmontada quando, por causa do mau tempo, são obrigados a hospedar um grupo de prisioneiros que estão sendo transportados para outro lugar, inclusive um famoso e perigoso gângster negro que é o chefão da cidade (Laurence Fishburne).

Logo no começo o filme força a barra, já que é difícil aceitar um transporte desses nessas condições e nesse dia. Assim como é difícil engolir que, depois de um cerco que dura a noite toda, ninguém interfira ou perceba nada. Nem mesmo os capangas do gângster. Então é preciso não levar muito a sério a trama.

Assim, ficam isolados na delegacia o sargento, a secretária (Drea, que veio do seriado "Os Sopranos") e um policial que está para se aposentar (Brian Dennehy). Quando chegam os prisioneiros eles ficam sitiados como se fosse um forte cercado por índios num antigo faroeste.

Só que cortam a força e luz (até os celulares) e continua o ataque até que se fica sabendo a identidade dos bandidos (não vou revelar) e o sargento é obrigado a armar os prisioneiros (além do gângster, tem um drogado psicopata feito com o exagero habitual por John Leguizamo e mais dois negros). Mesmo não podendo confiar neles.

Todo o subtexto é o de sempre, honra entre inimigos (e marginais) e a corrupção da polícia. Com bastante ação, suspense e violência, o filme é um programa eficiente em home video. Filme de menino claro, porque mulher irá odiar seus excessos e a falta de piedade com que liquida um dos personagens femininos centrais. É também o primeiro filme americano de um diretor e fotógrafo francês que eu desconhecia e que tinha feito três fitas antes.

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