Ação

Atirador (2007)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

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Foi fracasso este filme de ação com tom de crítica política. Parece um "Rambo" da esquerda, anti-Bush, preocupado tanto com a ação quanto com a mensagem. Até agora nunca no gênero os realizadores haviam sido tão explícitos em culpar não apenas o governo mas as corporações que estão acima e fora do alcance do poder político, fomentando guerras quando dá lucro, matando quem incomoda e usando as pessoas sem dar a menor importância para noções de patriotismo ou lealdade.

Dois grandes problemas prejudicam o filme. O primeiro é a debilidade de Mark Wahlberg como protagonista. Embora tenha recebido uma absurda indicação ao Oscar de coadjuvante por "Os Infiltrados", ele não segura um personagem mais complexo. O segundo problema é que a história parece familiar demais e o público está sempre adiante da trama, adivinhando tudo. O herói, que se revela tão inteligente mais tarde, não poderia cometer erros tão primários quanto deixar sozinha a moça que o ajudou. Obviamente ela é capturada pelos bandidos e usada para chantagem.

A semelhança com Rambo se deve à história de um bom soldado que é traído por seus superiores e parte para a vingança pessoal. O filme advoga a teoria da justiça pela próprias mãos do Velho Oeste, o que é perigoso.

No final das contas, quem auxilia o herói, com relutância, é um agente novato do FBI, latino e não muito inteligente, mas esforçado. O ator Michael Peña também é muito fraco e não colabora. Ainda assim, o filme é bem conduzido por Antoine Fuqua (de "Dia de Treinamento") e interessante no gênero ação. Demonstra que até a turma da pesada está contra o atual estado das coisas.