Auto Focus (2002)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Poucos viram nos cinemas este fracasso de bilheteria, que foi esquecido no Oscar de 2003. Mas a fita até que é interessante. Quem a realizou foi Paul Schrader, o roteirista de "Taxi Driver", que atacou de novo dirigindo e contando a história de Bob Crane.

Pois é, a vida de um ator que nunca mais conseguiu fazer sucesso em nada. Soube-se depois que era um viciado em sexo, que dizia que um dia sem sexo era um dia perdido. Levado por um dito amigo, ele gravava em videotape (dos primitivos) todas suas transas, criando uma pornografia particular (parece que hoje há um site na Internet de um filho dele que mostra tudo que o pai fez).

Enfim, esse Crane entrou numa espiral de decadência que acabou com sua morte, atingido na cabeça em seu quarto de hotel em 1998, por um tripé de câmera. O suspeito foi seu parceiro (feito no filme por Willem Dafoe) mas o caso foi mal julgado e este escapou livre (depois disso já morreu).

Ou seja, é daqueles escândalos do show business que deixa as pessoas excitadas. Só que o filme é até bem comportado, limitando-se a contar os fatos sem maior trabalho visual ou emoção.

É, porém, um bom trabalho do ator Greg Kinnear (indicado ao Oscar por "Melhor é Impossível") que revela possibilidades "inimaginadas" (no começo tenta imitar Crane mas depois parece desistir para ser ele mesmo). Ainda assim é uma fita curiosa (tem ainda Rita Wilson - a mulher de Tom Hanks na vida real - e Maria Bello como as esposas de Crane).