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Ficha completa do filme

Ação, Policial

Bad Boys II (2003)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Bad Boys II

Como se esperava, é muito exagerado em tudo esta continuação que Michael Bay não devia ter aceitado dirigir (é um passo atrás para ele, depois de "Pearl Harbor"). Fazia tempo que não havia uma fita tão violenta (muitas cenas fortes, algumas de mau gosto, como eles mexendo em cadáveres que foram autopsiados, outras com corpos explodindo mutilados).

Ou com tantos palavrões e tantas explosões e trombadas de carro (muitas delas não com efeitos digitais, mas com stunts de verdade). Ou seja, a velha mesma história de sempre. Além disso, quem escreveu o roteiro não conseguiu dar cenas ou diálogos bons para os atores, que só parecem engrenar na parte final - há uma seqüência muito divertida onde eles assustam o namoradinho da filha de Martin Lawrence, aliás esses namoricos tornam o filme bem parecido com a série "Máquina Mortífera".

Mas aí o filme desanda de vez quando para o gran-finale inventam um ataque a uma mansão em Cuba, onde se refugia o grande bandido e traficante de drogas (o espanhol Jordi Mollà). E com a absurda ajuda do FBI e da Polícia de Miami, conseguem realizar um ataque com armas modernas, violando leis e espaços aéreos, noutra prova de como os americanos, também no cinema, não respeitam qualquer lei internacional.

Com a desculpa de salvar a irmã de Lawrence, que foi seqüestrada e corre perigo, invadem tudo como se fosse a casa da sogra ou quintal do vizinho (o que no fundo acham que é mesmo). Isso sem falar no desrespeito à propriedade privada, com a destruição em massa nas ruas de Miami (que é bem utilizada, mas de forma fantasiosa. O trem que corre sobre trilhos aéreos, por exemplo, anda a menos de vinte por hora e no filme parece supersônico).

Mas tudo bem, é cinema. Só que o filme podia ser mais curto (146 minutos), menos violento, mais engraçado (Lawrence ficou com um personagem de chato, na verdade teria que rever o primeiro "Bad Boy", que não foi um filme assim tão marcante para merecer uma continuação. Will Smith ficou grandão depois de interpretar Muhammad Ali e também mais contido, o que é mau).

Enfim, apesar dessas restrições, o filme é menos picotado (ou seja editado) do que os anteriores de Bay, embora nas cenas de ação nunca se consiga ver nada direito. Edição em dois discos.

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