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Ficha completa do filme

Drama

Betty Fisher e Outras Histórias (2001)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Betty Fisher e Outras Histórias

Filme francês do veterano Claude Miller, que ganhou vários prêmios de interpretação (Nicole Garcia e Sandrine Kiberlain, melhores atrizes no Festival de Chicago, Nicole, Sadrine e Mathilde Seigner, melhores atrizes e prêmio da Crítica em Montreal, indicado ao César de coadjuvantes com Nicole e Edouard Baer). E é realmente uma opção interessante para quem gosta de filmes europeus, inteligentes e absorventes.

Numa primeira visão parece até mesmo diferente, mas depois, pensando bem, tem uma estrutura e uma relação paralela entre personagens que faz lembrar bastante as fitas de Almodóvar, ainda que sem o mesmo senso de humor. Ou seja à francesa. Baseado num livro de Ruth Rendell, o filme mistura vários personagens na Paris atual.

Betty Fisher (a feia mas boa atriz Sandrine Kiberlain) é uma escritora de sucesso que largou o namorado, poeta mal sucedido (Stéphane Freiss), e foi morar em um subúrbio parisiense com seu filho pequeno. O maior problema dela é que tem uma mãe que sofre de uma doença que a deixa perturbada e, por vezes, violenta (o filme abre com uma cena rodada em digital, em que a mãe, feita por Nicole Garcia, a ataca com uma tesoura numa cabine de trem).

Quando a fita recomeça, Betty está esperando a mãe, que mora na Espanha, e veio a Paris fazer alguns exames. Ela não dá a menor atenção ao neto, e por uma fatalidade, o garotinho cai de uma janela, fica em coma e morre.

Ao mesmo tempo acompanhamos a vida de uma garçonete chamada Carole, que tem um filho de pai desconhecido, namora um negro (que é vítima de discriminação), tem um ex-namorado vigarista e paquera um armênio rico. As vidas das duas vão se cruzar, primeiro no hospital, depois quando a mãe Margot (a ótima Nicole, a Odete Lara francesa), num ato de insanidade, seqüestra o filho de Carole, um menino da mesma idade do falecido, só que infeliz (inclusive traz no corpo as marcas das surras que levou).

O que fazer com a criança quando todas as manchetes falam em seu seqüestro e a mãe Margot nega qualquer participação no caso? A situação é complicada, ainda pelo retorno do namorado, por outra trapaça do possível pai da criança seqüestrada (que está tentando vender uma casa para a Máfia russa), amantes ciumentos, policiais cheios de suspeita e assim pordiante.

Não que falte humor, mesmo o final tem bastante ironia. É que Almodóvar nos acostumou mal, dando mais profundidade aos seus personagens e mais loucura às situações. Ainda assim, Betty Fisher tem uma trama absorvente e interessante, um elenco esplêndido e pode servir de alternativa para quem não quiser ficar com os blockbusters da vida.

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