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Ficha completa do filme

Drama, Comédia

Boccaccio 70 (1962)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Boccaccio 70

Pela primeira vez está disponível no Brasil a versão integral desta comédia clássica italiana (o episódio de Monicelli nunca foi exibido no exterior, até porque é o único sem estrelas famosas).

Produzido por Carlo Ponti, como uma antevisão de como seria o amor nos anos 70 (amor divertido à moda do escritor de "Decameron", Boccacio), traz o primeiro trabalho de Fellini a cores numa sátira à censura que sofreu com seu "La Dolce Vita" (Anita Ekberg e seus peitos enormes correndo por Roma ao som de "Bebette Piu Late" é antológico).

Mas de sobra tem ainda Sophia de prêmio da rifa e Romy Schneider esbanjando classe e sensualidade, sob as ordens do mestre Visconti. Ajudado por uma cópia restaurada de ótima qualidade, o filme tem problemas. O primeiro episódio é um curioso exercício em Neo Realismo poético e social (os problemas de um casal de operários de empresa que não permite que eles namorem ou se casem), até com o uso da música "Legata a un Granello di Sabbia".

O de Fellini fica longo demais, esticando o que é basicamente uma brincadeira (os títulos iniciais da fita inclusive dizem isso) contra a hipocrisia. Até mesmo Anita tem menos impacto do que o desejado (mas suas cenas desfilando por uma Roma de estúdio são interessantes).

Também o de Visconti é por demais alongado e só se sustenta por causa do incrível charme e elegância (vestida por Chanel) de Romy, no seu primeiro encontro com o padrinho Visconti (sua história foge da comédia, mas tem contornos de sensualidade e ironia). A última é apenas outra brincadeira, com Sophia Loren (que até canta) como um tipo bem popular e vulgar.

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