"Bonecas Russas" é uma das melhores comédias românticas recentes. Não é preciso ter visto antes o antecessor "O Albergue Espanhol" (2002), do mesmo diretor e elenco, em que se mostrava como estudantes de países diferentes conviveram numa mesma pensão em Barcelona e se tornaram amigos para o resto da vida.
Cinco anos depois, eles se reencontram na ocasião do casamento de um deles, o inglês William, que se apaixonou por uma bailarina russa e se mudou para São Petesburgo onde ocorre a cerimônia. Tudo indica que a história é autobiográfica do diretor e que seu alter ego é o ator Romain Duris, com quem trabalha desde 1993.
O personagem de Duris consegue convencer como o jornalista que tenta ser escritor como "ghost writer" (ajuda uma modelo famosa a escrever suas precoces memórias) e roteirsta de um telefilme. Por causa desse telefilme, ele vai trabalhar com Wendy, irmã de William e também do grupo/filme anterior.
O filme foi feito em sistema digital e mantém o gosto do diretor de mostrar lugares diferentes de cidades. "Bonecas Russas" tem uma narrativa mais complicada do que a de "O Albergue Espanhol" porque o herói conta a história no seu notebook (o que provoca mais de um final) e há algumas idas e vindas.
Os personagens são tão simpáticos, os atores são tão legais e as situações são tão divertidas, que o filme se torna irresistível. A única coisa que discuto é a escolha do titulo, que se refere sobre aquelas bonecas que existem na Rússia, uma escondida dentro das outras.
Pode ser uma bonita metáfora, mas não retrata bem como o filme é gostoso de ser visto.
O longa levou o prêmio César (o "Oscar francês") de atriz coadjuvante para Cécile de France (que faz a amiga lésbica) e foi indicado para as categirias montagem e atriz coadjuvante com a inglesa Keilly Reilly.