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Ficha completa do filme

Drama

Brutalidade (1947)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 4
Brutalidade

Este clássico dos filmes de prisão, muito copiado e influente, foi apenas o segundo trabalho de Burt Lancaster (1913-94), já estabelecendo seu estrelato após "Os Assassinos" (The Killers, 1946) em uma grande atuação num tipo de papel que depois seria constante em sua carreira, onde fala pouco e transmite tudo pela expressão corporal e do rosto. Com roteiro de primeira linha do depois também diretor Richard Brooks ("A Sangue Frio", "Gata Em Teto de Zinco Quente"), mostra a realidade violenta e brutal (que demandou longas negociações com a censura) de um presídio onde um grupo de presos, liderados por Lancaster, planeja uma fuga. O grupo inclui, em atuações impecáveis, várias faces conhecidas, sempre como coadjuvantes .
A direção segura de Jules Dassin, que pouco depois seria banido de Hollywood pela cruzada anti-comunista do Macarthismo, dá o tom exato de desesperança e valoriza as muitas idéias interessantes: o preso negro que cantarola rimas como um coro grego, os delatores, as celas apinhadas e claustrofóbicas, o calendário velho com o rosto de uma moça (que, sintomaticamente, parece estar morta) que serve para lembrar aos membros do grupo o porquê de estarem ali, sempre mulheres (dando abertura para flashbacks que nos mostram que não são totalmente maus ou criminosos). E em especial o capitão sádico que espanca os presos ao som de Wagner feito pelo baixinho Hume Cronyn (1911-2003). As mulheres aparecem em cenas curtas embora sejam todas estrelas do estúdio na época. O verdadeiro autor do filme é o produtor, antigo jornalista Mark Hellinger ( 1903-47) que brigava sempre por realismo em suas fitas, como "Assassinos" e "Cidade Nua" (ele morreu de enfarte logo depois deste). O filme envelheceu muito bem e merece ser redescoberto.

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