Cartomante, A (2003)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 1

Adaptar Machado de Assis nunca é uma boa idéia. Seu estilo dificilmente se adequa às adaptações cinematográficas.

Mesmo assim, este conto seu já havia sido feito no cinema em 1974 por Marcos Farias com Ítala Nandi, Mauricio do Valle e Ivan Candido, que contava a mesma história em duas versões, uma atual, outra na época de Machado. Houve também uma adaptação mal conhecida para a tevê em 1982.

Aqui o roteirista e co-diretor Wagner de Assis tomou várias liberdades, construindo o roteiro como uma história de suspense, com final inesperado e tudo. Mas foi prejudicado por um orçamento muito baixo, o que pode explicar seu fracasso de crítica e bilheteria.

O elenco ou é muito ruim (Silvia Pfeiffer não consegue segurar o personagem fundamental da psiquiatra, até porque não tem a voz adequada) ou está descontrolado (como Antonelli nas seqüências iniciais).

Os diálogos empolados pouco ajudam, assim como as situações pouco verossímeis e mal encenadas. Fica ainda pior em home video, onde os enquadramentos parecem deformados e as imagens até fora de foco.