Segundo filme que Bergman (1918-2007) realizou quando estava no exílio na Alemanha. Ele tentou evitar os erros do filme anterior, "O Ovo da Serpente" (que parecia um "Cabaret" inferior, super produzido e com atores fora de papéis), trabalhando com um grupo pequeno de atores alemães (todos vindos do Teatro de Munique, onde Bergman também encenava peças na época).
É uma história compacta, sobre os temas recorrentes de sua obra: o amor e o sexo. Usando um prólogo e um encerramento a cores (o resto é em preto e branco, na época já coisa rara), o filme vai e volta em vários depoimentos e relatos, tentando explicar por que um homem aparentemente normal matou uma prostituta.
A esposa, a mãe, um amigo homossexual e um psiquiatra, todos fazem depoimentos a um policial. Mas acabam dizendo mais sobre eles mesmos do que sobre o "criminoso". Bergman não dá soluções convencionais. Discute psiquiatra, casamento, velhice, morte e o próprio cinema. Mesmo assim não é considerado dos seus melhores trabalhos.