De Crápula a Herói (1959)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 4

Este é o melhor filme de Rossellini, considerado o pai do Neo-Realismo italiano. Mas seus filmes geralmente eram frios e irregulares. Teve melhor resultado aqui porque uniu-se a outro ícone do movimento, De Sica, que por sua vez era também um popular ator (principalmente de comédias, fazia fitas populares para poder produzir fitas mais empenhadas e como o personagem aqui, era viciado em jogo).

Sua persona, ou seja, o tipo que fazia na tela era tão famoso, tão simpático que ajudou a dar verdade e humanismo a este filme que ganhou o Leão de Ouro em Veneza (também o Prêmio Office Catholique), foi indicado ao Oscar de Roteiro (Sergio Amidei que era o colaborador habitual de Rossellini, junto com Indro Montanelli). Além de outros prêmios menores.

O importante é que o filme se tornou padrão e foi muitas vezes imitado com sua história de coragem, covardia dando patética visão de um vigarista que se regenera, nem que seja num único gesto derradeiro. Alternando algumas externas, com ambientes muito bem cenografados nos estúdios de Cinecittá, com bom elenco de apoio, é o momento máximo de De Sica como ator e um belo momento do cinema político.