Entre Quatro Paredes (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Indicado para os principais Oscars (melhor Atriz - Sissy, Ator- Wilkinson, Coadjuvante - Marisa, Filme, Roteiro - mas não Diretor), este foi o representante do Cinema independente na seleção final do melhor de 2001. Um caso curioso, porque se trata de uma fita de estréia de um ator, Todd Field (muito pouco conhecido, "De Olhos Bem Fechados", "Twister", "A Casa Amaldiçoada").

O filme começou fazendo sucesso em Sundance, ganhou prêmios (logicamente os atores), mas é bom lembrar que não é tudo isso (poderia muito bem ter sido feito para a televisão, apesar de não ter a cara ou formato de um telefilme).

O trabalho de Sissy nem é tão espetacular para ela ter ganho quase todos os prêmios (menos o Oscar e o Sindicato dos Atores, que foi para Halle Berry). Claro que é boa atriz, mas o personagem nem sequer dá margem a grandes shows. Há um lado sentimental em jogo, já que todo mundo ficou contente de ver de volta a antiga "Carrie, a Estranha" (o que Sissy sempre será).

É um drama trágico e até banal, mas rico em escolhas, conflitos e conseqüências. Algumas delas são mostradas pelo filme, que é sempre contado pelo ponto de vista do pai e não da mãe. Porisso, o trabalho mais forte é o do ator inglês Tom Wilkinson (que em geral fazia vilões como em "O Patriota"), que é muito discreto e eficiente.

Marisa Tomei tampouco faz nada de especial como a namorada, e a indicação ao Oscar é para mostrar que a Academia não errou quando ela levou um prêmio de coadjuvante há alguns anos atrás. Esse medo de levar o filme até as últimas conseqüências dramáticas incomoda um pouco. Mas é preciso admitir que é um filme bem feito, bem interpretado, perfeitamente admirável.