Eu, Pecador (1959)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 1

Foi baseado em livro autobiográfico do Frei José Francisco Mojica Guadalupe publicado na revista brasileira "O Cruzeiro", em sua edição espanhola. É bom explicar antes que José Mojica (1899-1974) foi um famoso cantor mexicano que fez sucesso na América Latina e que largou tudo no auge da carreira para se tornar frei (foi ele inclusive quem inaugurou a TV Tupi de São Paulo). Aliás, ele aparece como si próprio no final do filme, que se apresenta em uma cópia bastante ruim, cheia de riscos e manchas.

De forma bem mexicana, ou seja, dramalhão, o filme já começa com a mãe de Mojica (feita pela já veterana estrela argentina Libertad, que nem tenta esconder a idade) levando chutes no ventre para evitar a gravidez (era mãe solteira). Mas o menino nasce e mesmo ilegítimo consegue fazer sucesso, virando frei em 1942, depois da morte dessa mãe. Sua música era operística ou opereta (que por vezes também compôs).

A ex-Miss Universo francesa Christiane Martell faz o interesse romântico (virou estrela de cinema no México). A falta de cuidado tradicional da distribuidora se reflete no fato de que na capinha está o nome de Liberdad (com d e não t) e Lamarques (com s). O mais curioso de tudo porém é que o ator central Pedro Geraldo é brasileiro. Fez alguns filmes mais por lá e até uma co-produção aqui chamada "Quero Morrer no Carnaval" (62).