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Ficha completa do filme

Ficção Científica

Eu, Robô (2004)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3

"Eu, Robô" é filme ou videogame? Esse é um dilema dos blockbusters atuais, que sempre têm a obrigação de darem origem a um jogo. Por isso, os filmes sempre têm seqüências altamente fantasiosas e movimentadas.

Alguns desses filmes, porém, não passam de videogames alongados (como "Van Helsing" e "Riddick"). Desse mal, "Eu, Robô" não sofre. Tem duas ou três seqüências altamente estilizadas e artificiais, que parecem games (em particular a perseguição na estrada), mas em geral é uma antiquada história de robôs e conspirações em grande corporações.

Fácil de assistir, mas também pouco memorável. É aquilo que chamam de "filme pipoca", para ver e esquecer. O que não deixa de ser esquisito, já que é a versão para o cinema do célebre livro de Isaac Asimov, que criou as três leis da robótica (que basicamente dizem que as máquinas nunca podem atacar os humanos).

Nos créditos fica claro que a fita é apenas inspirada no livro. Preferiram deixar aprofundamentos para outra oportunidade, talvez preocupados com o fracasso de "O Homem Bicentenário", com Robin Williams, também baseado em Asimov e que mexia com temas existenciais.

Como todo filme de robô se parece, "Eu, Robô" lembra "2001, Uma Odisséia nos Espaço", "Minority Report" (os efeitos são parecidos) e tantos outros (o filme também faz referências cinematográficas explícitas a Frankenstein, Drácula, Lobisomen e até "Freaks").

O fato é que o diretor Alex Proyas ("O Corvo", "Dark City") preferiu criar um mundo totalmente artificial, nada realista. Assim achou ele que ficaria mais fácil aceitar a Chicago de 2035 onde se passa a história. Will Smith -que consegue dar foco central à história e convence como protagonista-, fortão desde "Ali", faz o herói Del Spooner, um policial que desconfia das máquinas de tal maneira que a gente pensa que ele também é um robô.

Mas não estava errado em suas suspeitas, quando descobre que há algo errado na grande corporação que os cria , a American Robotics, especialmente quando lançam um novo modelo de robô.

Tudo começa quando o cérebro por trás de tudo, o cientista James Cronwell se suicida. Ou foi assassinado? É o que pensa Smith, tentando também convencer a parceira do morto, Bridget Monayahan ("O Novato, "A Soma de Todos os Medos").

O fato é que há um robô da nova geração, de nome Sonny, que é muito suspeito e parece saber demais. Poderia muito bem se chamar "A Revolução dos Robôs", porque é justamente isso que sucede em determinado momento.

Então o forte do filme são os efeitos digitais, eficientes, mas não especialmente novos, tanto que o ator Alan Tudyk serviu de base para fazer Sonny, mais menos como fizeram com Gollum em "O Senhor dos Anéis".

Mas como os temas sérios são descartados, resta a eficiência geral da empreitada, que inclui várias e até exageradas ações de merchandising, (que deve ter consumido boa parte do orçamento de de mais de US$ 100 milhões) até em alguns frases do roteiro ("Vamos sentir saudades dos bons tempos em que apenas gente matava gente"). Ou seja, assistir não faz mal. Nem acrescenta muito.

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