Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas (2003)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Não espere novidades. Não estão errados os que reclamam de que este terceiro capítulo é uma refilmagem (ou reciclagem) do filme anterior, só mudando de homem para mulher (no papel do exterminador que vem do futuro para matar o jovem herói). Mesmo assim, é menos ruim do que se podia temer. É excessivamente violento e tem grande número de trombadas, desastres, explosões e mesmo um holocausto nuclear. Tudo demais. Mas como filminho de ação como passatempo é bastante consumível.

Não chega a ter a coesão dos filmes do diretor James Cameron (que conduziu os dois anteriores), mas Jonathan Mostow faz um trabalho bastante competente, sem se comprometer. Gostei em particular dos diálogos e de certos achados do roteiro, principalmente da entrada do Terminator em cena, já que ele chega nu como sempre, inventaram dele ir parar num night-club onde está havendo uma noite só para mulheres, com vários strippers, e consegue uma roupa para se vestir (o uso de um óculos exagerado já denota que não é para levar o filme muito a sério, é para se rir junto com a fita, e não dela).

Então a figura de Arnold Schwarzenegger é sempre levada com humor, com auto-crítica e com diálogos divertidos (parodiando o famoso "Hasta la Vista, Baby!"). Não há dúvida que este é o papel da vida do ator (só é estranho imaginar alguém cujo papel mais importante e adequado de toda sua carreira é um robô, tenha se tornado Governador da Califórnia). E a idade não chega a perturbar o resultado (até porque ele aparece bem caracterizado, se destroçando aos poucos).

A Terminatrix como é chamada a vilã, naturalmente vem do futuro e vai matando todos os que seriam parceiros e companheiros do herói, John Connor (feito agora por Nick Stahl, um ex-ator infantil). Este está sofrendo com a futura responsabilidade de conduzir a guerra contra as máquinas que dominarão o mundo (que seria destruído por uma enorme catástrofe nuclear, ou seja, é mais uma fita apocalíptica).

Primeiro vem a mulher, que também chega nua (feita por Kristanna Loken, vinda da série de TV "Mortal Kombat") e vai fazendo as vítimas com maior crueldade (ela também pode assumir seus corpos, o que naturalmente provocará confusões). O interesse romântico será com uma veterinária (Claire Danes). Todo o resto do filme é uma longa perseguição, com a Terminatrix tentando matar o casal e o Terminator (que é tecnologicamente inferior) tentando impedí-la. E no meio do caminho, vai derrubando e destruindo propriedades e matando gente, com o maior desprezo.

Ainda que tecnicamente bem feito. O fato é que se assiste ao filme sem grandes estresses e poucos reparos. Não gosto do rapaz central (Stahl) e acho a resolução final anti-climática. Depois de passar todo o filme dizendo que o futuro pode ser modificado etc e tal, voltam atrás de forma decepcionante e discutível. E mesmo a cena final do Terminator é fraca, o filme deveria terminar com ele e não da forma atual.

Afinal, o Governador merecia uma saída de estrela. Arnold faz a apresentação desta edição do filme, anunciando os comentários em áudio auxiliar dele, do diretor, de Nick, Claire e Kristanna. Há também outro somente com o diretor (ambos legendados).