Frankenstein Encontra o Lobisomem (1943)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Dos vários filmes do final do ciclo dos Monstros da Universal, quando já estavam desgastados e a regra era juntar vários monstros no mesmo filme, esse é dos mais sóbrios e sérios, centrado na tragédia do destino do Lobisomem (que tudo que quer é morrer, de modo a se livrar da culpa de matar pessoas) e com boa produção e direção acima da média, do talentoso Neill (1887-1946), dos filmes da série "Sherlock Holmes". O encontro entre os dois monstros sugerido pelo título mal acontece (e o título é totalmente equivocado, visto que nenhum Dr. Frankenstein aparece no filme).

Inicialmente Lon Chaney Jr. faria os dois monstros, mas o estúdio achou que se submeter a duas maquiagens atrasaria em excesso as filmagens; com isso o papel do Monstro sobrou para Lugosi, que pouco tem a fazer e ainda é substituído em várias cenas pelo dublê Edwin Parker. Lugosi havia recusado o papel no filme original devido a ausência de falas do Monstro, mas aqui o faz totalmente mudo (havia cenas com diálogos que foram cortadas quando nas exibições-teste o público riu do sotaque húngaro do ator).

Além disso, no final do filme anterior ("O Fantasma de Frankenstein", 1942) o Monstro fica cego como efeito colateral de um transplante de cérebro, o que não é explicado aqui e torna incompreensível o andar tateante e errático dele (que depois ficaria marcado como uma das características popularmente conhecidas do Monstro). Boa diversão no que talvez seja o último filme digno do ciclo e que deve agradar aos fãs do gênero. Faz parte do Box "Classic Monster Collection Volume 2".