Geração (1954)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Estréia na direção do maior cineasta da Polônia. Na edição há uma entrevista com o diretor, de 34 minutos (originalmente da Criterion), feita pelo crítico Jerzy Plazewski. Ela ajuda muito a entender a época e as circunstâncias.

Quem iria dirigir o filme, adaptação de um livro comunista famoso, era outro cineasta, Aleksander Ford, famoso por "Os Cavaleiros Teutônicos", que preferiu ficar de fora e assinar como supervisor. Mas Wajda afirma que ele não apenas lhe deu liberdade, mas também o apoiou quando o filme teve problemas com a censura do governo, que esperava que a fita fosse pura propaganda. Em vez disso, Wajda procurou dar um retrato mais realista do que foi a época da ocupação nazista na Polônia.

Embora faça parte de uma trilogia sobre a Guerra (e saiu também num boxe com "Cinzas e Diamantes" e "Kanal"), o filme não foi exportado por ser considerado mesmo assim propagandístico. Embora mencione Marx, não resulta assim.

Tem uma belíssima fotografia em preto e branco de Jerzy Lipman, grande momentos (o rapaz emoldurado pela foto de lambe-lambe, o parque de diversões com o ghetto queimando lá atrás). Também marca a estréia do jovem Roman Polanski, futuro famoso diretor e de Cybulski (que aparece na seqüência inicial e que depois iria estrelar "Cinzas e Diamantes" e morrer num acidente de trem prematuramente em 1967).

A cópia é irregular mas é um filme que merece ser visto. Edição traz ainda "As Cerâmicas de Ilza" (1951), que Wajda fez ainda na escola de cinema de Lodz (12 min).