Giordano Bruno (1973)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Giordano foi um dos grandes pensadores de Esquerda de sua época, num momento onde o poder da Igreja Católica estava acima de tudo. Ao menor descuido, qualquer um poderia ser acusado de herege e queimado em praça pública. Preso pela inquisição, tenta escapar. A cúria romana o força a extraditá-lo para Roma, onde a execução o espera.

O filme conta o processo pelo qual passa Giordano até sua morte. Embora o contexto de suas idéias não chegue a ficar muito claro, pequenos flashes revelam sua importância como conselheiro político de príncipes e reis e a injustiça de sua condenação, mas sua perseguição e suas teorias ficam difusas.

Volonté, é o maior nome do cinema político italiano da época (ele morreu de doença do pulmão em 1994), mas o mais notável é a fotografia de Vittorio Storaro ("Apocalipse Now" e filmes de Bertolucci). Todo iluminado por archotes, conseguiu imagens fantásticas e sensíveis. Isso ajuda muito este drama político que se tornou grande sucesso na estréia e hoje é visto como clássico.

O filme tem um tom exaltado, estilizado, quase poético. Câmera na mão, bem moderna. Por isso pode causar certa estranheza (assim como a dublagem posterior, que era a norma para todo cinema italiano de então). Produção de Carlo Ponti. Música de Ennio Morricone.