Gostosa Loucura (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

O título nacional dá a impressão de que é uma comédia romântica alegre e divertida. Nada mais longe da verdade. Este é um drama até pesado, por vezes trágico, que no terço final parece mudar de idéia e desvia para um lugar mais seguro, uma conclusão inverossímil, inviável mas comercialmente mais acessível. Como se todos os problemas do mundo se resolvem assim numa simples conversa, com boa vontade, meia dúzia de palavras e um abraço.

Conforme filme de John Stockwell (que foi um ator B nos anos 80, e fez uma fita interessante para a teve chamada "Cheaters"), o problema é mais sério, porque envolve um rapaz de origem mexicana (Jay Hernandez, que dá conta do recado sem ter cara de Menudo), que se esforça muito para fugir da pobreza ou da prisão, sonhando em entrar na Academia Naval de Annapolis e virar piloto.

Para isso, estuda numa High School de Malibu, onde se envolve com uma garota de família rica (Kirsten), freqüentemente alcoolizada, traumatizada pela morte da mãe (mais tarde se descobre ter sido suicídio) e incapaz de se comunicar com a madrasta ou como pai que é deputado. Os opostos se atraem, e apesar da oposição de ambas as famílias (no caso do político, porque ele acha que a filha é nociva e destruirá a vida do rapaz), os dois se envolvem e se apaixonam (as cenas de sexo obviamente são discretíssimas, já que é fita para adolescentes e os americanos admitem bombas mas não sexo).

Quando o filme resolve encontrar uma solução menos sombria, acaba tropeçando em resoluções fáceis e improváveis (de tal forma que chega a dar impressão de que foi imposta pelo estúdio na última hora). Na verdade, nesta fitinha B , não teria maior interesse, se não fosse a presença de Kirsten Dunst, uma jovem que faz muitos filmes e nunca deu uma performance ruim. Varia de heroína à vilã, de mocinha à neurótica e sempre convence e virou grande estrela depois de "O Homem Aranha".