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Ficha completa do filme

Aventura

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 4

Difícil dizer se "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban", o terceiro capítulo da série, é melhor do que os anteriores, como afirmou a maior parte da critica estrangeira. A impressão é de que a história é mais fraca, há um tempo enorme gasto na exposição de novos personagens e situações. O ritmo parece lento, arrastado. E até os efeitos especiais são discutíveis (em particular na figura do lobisomem).

Neste terceiro "Harry Potter", ficou de fora o diretor Chris Columbus (que fez os anteriores, mas detém o crédito de co-produtor), substituído pelo mexicano Alfonso Cuarón, que fez sucesso com "E sua Mãe Também".

Mas eos produtores devem ter pensado que uma franquia como esta, já tão popular e estabelecida, não poderia ser modificada ou estragada _para o próximo chamaram o inglês Mike Newell, do fraco "O Sorriso de Mona Lisa". Ou seja, quem gosta, conhece, já leu o livro (ou livros) não vai deixar de ver o filme, não importa o diretor.

A franquia "Harry Potter" tem o charme de envelhecer com seu público. Aqueles que conheceram Harry Potter como molecote agora já o encontram como pré-adolescente (há rápidas insinuações de pegar na mão entre Ron e Hermione), o que justifica também o tom mais soturno, mais dark do filme (os anteriores eram até solares, mais coloridos).

Para o espectador casual, porém, fica difícil notar as diferenças na narrativa, fora o fato de virar filme de terror na parte final, ainda que com algumas soluções bem engenhosas na passagem de tempo. Há mais planos próximos, mais movimentos de câmera, mais sutileza em detalhes, menos habilidade no humor (a primeira seqüência em que a tia de Harry sai voando deixa um sabor meio amargo, como se o tom certo de piada não tivesse sido encontrado).

Há também maior número de atores novos na história, como Emma Thompson, que faz uma professora de adivinhações, Julie Christie, quase uma ponta, David Thewlis, no papel mais importante, o professor Lupin que tem participação ativa na história, e ainda o ótimo Gary Oldman. É ele quem faz o vilão central, Sirius Black, que foge de uma prisão e ameaça atacar Harry. Black é padrinho de batismo do bruxinho e foi grande amigo dos pais dele. Além desses atores há Richard Gambon, que substitui o falecido Richard Harris e faz tudo num tom mais leve.

A maior parte do filme vai criando clima, conta casos pitorescos e mostra figuras estranhas (como os Dementadores, espécie de almas penadas que sugam o espírito e que circundam a escola) ou divertidas (como Bicuço, meio cavalo, meio águia, um hipogrifo), além de um mapa (do Maroto), a cidade Mágica de Hogsmeade e a Casa dos Gritos. Tudo leva a pensar que logo o filme vai virar brinquedo de parque de diversões.

O clímax, porém, custa a chegar (e, repito, o lobisomem não é convincente) e não é especialmente emocionante. Não creio que a legião de fãs vá ficar decepcionada, mas também não vai criar novos admiradores.

Este filme sai em duas versões: uma para aluguel, sem extras, e outra mais completa para venda. Ambas têm apenas os formatos tela cheia e standard, não widescreen como deveria ser. A alegação é que as crianças, supostamente o público do filme, não gostam das barras pretas nas extremidades da tela.

Os extras do DVD estão na edição para venda em dois discos. No disco 2, tem sempre legendados nas três línguas, cenas inacabadas exclusivas, "Criando a Visão", entrevista com J.K. Rowling e os cineastas, "3 Desafios", Jonny Vaughan e a cabeça encolhida comandam entrevistas com o elenco, conjurando uma cena, Bastidores da criação de Bicuço e dos dementadores, conheça os treinadores de animais em Trato das criaturas mágicas, trailer de cinema dos 3 filmes de Harry Potter, prévia do videogame. Informações para DVD-ROM PC com linha do tempo Hogwarts e cartões mágicos.

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