"Herói por Acaso", modesto filme francês estrelado e dirigido pelo comediante Gerard Jugnot, muito famoso na França, não foi bem-sucedido no Brasil, nem mesmo depois do sucesso de "Les Choristes" ("A Voz do Coração"), feito dois anos depois.
Na verdade, o filme aborda uma historia humana e sensível, ainda que não traga nada de muito novo. Já vimos inúmeros filmes sobre a ocupação nazista da França e suas variantes: o sujeito comum que em determinado momento assume a condição de herói. É mais ou menos o que acontece aqui.
O senhor Batignole é dono de um pequeno açougue, cujo vizinho judeu rico que tenta fugir da perseguição nazista em 1942, em Paris. Mas o namorado da filha de Batignole o denuncia a polícia captura a família do judeu, menos o menino menor, que consegue escapar e pede ajuda a Batignole, que com muita relutância o esconde. Afinal, por causa do futuro genro, ele virou fornecedor dos nazistas e está subindo na vida.
Mas o genro é um canalha e acaba por ajudar também duas meninas judias, primas do garoto (Jean Paul Rouve, premiado como revelação com o César). Depois de uma hora de filme, eles fogem de trem para o interior, tentando chegar à Suíça. Acontecem algumas aventuras, alguns problemas, nada especialmente notável, a não ser a figura de Gérard Jugnot, um ator discreto.
Mas Jugnot é uma figura interessante, que procura personagens sinceros e faz um humor meio à italiana a partir de situações dramáticas e reais. E que também escreve e dirige seus filmes. Merece ser descoberto agora em DVD.